terça-feira, 16 de novembro de 2010

XII

Nunca lhe chamei vida utópica...É um facto. No entanto sempre tentei demonstrar aos outros, talvez um pouco mais do que a mim mesmo, que é possível encontrar-se uma quase utopia. Dizem que o inferno e o céu estão aqui neste mundo, ao nosso redor. Se a maioria consegue facilmente aceder ao inferno porque não também ao céu?

Nunca lhe chamei vida utópica, e no entanto tentei demonstrar que era possível estarmos lá próximos. Não sei se errei ou não, mas não consigo, pelo menos para já, demonstrar nada. É o fim deste blogue.

(Escritos activos em: http://apologiadomonstro.blogspot.com/
e http://versologista.blogspot.com/)

sábado, 16 de outubro de 2010

Já se faz tarde e o percurso é longo - X

Olho o relógio que não tenho: e já se faz tarde e o percurso ainda se avista tão longo. Para mim já não existe tempo psicológico, existe apenas o tempo real que passa sempre depressa. A maioria das vezes que nos sabe bem um momento, ou alguém, ou vários momentos, o tempo voa. Sim voa...voa tão depressa. E o único desejo é fazer com que vá em marcha lenta, para aproveitarmos tudo melhor, ou melhor ainda. Antigamente pedia ao tempo que andasse mais devagar. Hoje, consciente que a única força que faz mover os ponteiros desse relógio que não me enfeita o pulso, é unicamente minha, já não praguejo.

Olho o relógio que já não tenho há anos: já se faz tarde e o percurso é longo. Aprendi a aproveitar a velocidade do tempo. O tempo é como em tudo na vida...se não o conseguirmos vencer, temos de nos moldar a ele. E o que antigamente era uma raiva na impaciência, é agora uma arte aperfeiçoada de viver e de aprender a esperar. Experimentem.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Faço o que fazem não faço o que dizem - Parte IX

Se fosse fácil agir na cooperação da alma e da razão não estaríamos aqui para aprender...Existe a fome; existe a desilusão. Existe a prática e existe a teoria, que sem harmonia se tornam inúteis. Existem as lições da vida, que resultam do bom que nos fazem, assim como do mau. Um defeito corrigido, ou uma armadura fortificada. Existem as lições de vida que resultam do bom ou do mau que fazemos. Sonha-se, faz-se; fere-se ou mata-se, um pacto de sangue ou sangrar de um afastamento. Homem sábio disse-me, em conversa com o sobrinho, um ditado chinês: o Homem menos inteligente não aprende com os erros; o Homem inteligente aprende com os erros; o sábio aprende com os erros dos outros...

Se fosso fácil agir de acordo com a sintonia feliz entre o nosso coração e razão eu não escreveria...Ninguém vence verdadeiramente se apenas vencer. O importante é aprender nas derrotas; nunca perderão se aprenderem sempre algo com a derrota. Aberta a porta farei o que fazem e aquilo que dizem. Pela melhoria dessa sinfonia que tarda em tocar de forma melódica em conjunto cooperativo.

A sabedoria nunca pesa e é saudável - Parte VIII

O Homem nasce. E neste caso em concreto, talvez por se tratar de nós, ninguém perguntou se primeiro veio macaco (do nada) ou a cria (do nada). É claro que mesmo seguindo a teoria da evolução de Darwin algum micro organismo, ou etapas várias que me fogem de todo ao conhecimento, algo terá de ter começado. Falo deste assunto para chegar à evolução intelectual do Homem. O Homem foi evoluindo fisicamente e racionalmente, como todos nós sabemos. O que me fez pensar nisto, foi ter pensado em Sócrates, que uns séculos antes de Jesus vir ao mundo, já andava vestido com o mínimo de roupa possível, comendo apenas para não morrer de fome, espalhando a sua palavra e diálogo. Tudo muito simples. E agora? Onde está a sabedoria que promove a evolução do Homem? Porque nos esquecemos nós de procurar agir bem, para nós próprios e para os outros?

O Homem nasce, e com ele aparecem talvez todos os problemas e todas as dádivas. E o que nos deveria bastar era um pedaço de pão, água ( tudo isto levado a um extremo irracional talvez), e uma boca para falar, beijar e fazer. Admitir que só se sabe que nada se sabe é muito, mesmo que para a maioria pareça pouco.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Que cada um tire uma fatia de ironia - Parte VII

A vida a cores tem muito mais alegria, no entanto não deixa de ser importante a nossa capacidade para conseguir extrair alguma alegria quando esta se vive a preto e branco, com momentos para todos os gostos, desde os mais animados, aos mais felizes, aos mais tediosos, tristes, mórbidos, doentes. Talvez o ser humano não esteja preparado para lidar com a vida, da mesma forma que não está para lidar com a morte. Quando nos oferecem algo é importante pensar bem naquilo que nos estão a oferecer. Os prós e contras da decisão de aceitar, mas também pensar nos mesmos prós e contras de fazer a escolha contrária. Se tentasse escrever uma lei que abrangesse todas as hipóteses possíveis, diria, sem medo de estar errado: tirem uma fatia...

A vida a cores tem muito mais alegria, no entanto é necessário saber que muitas vezes a fatia que escolhemos não vem sozinha. Bastará ao ser humano, com ou sem sorriso nos lábios, ter um sorriso interior, pois a todos calha várias vezes a ironia como cobertura ou como recheio. O segredo? Que cada um, por si próprio, já preparado, tire uma fatia de ironia.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Porque a nossa guerra é outra - Parte VI

Está assim justificado o porquê de andarmos todos em direcções diferentes ou até mesmo opostas. Basta pensarmos que a nossa guerra é outra para seguirmos um caminho sozinho na maneira de andar mas inundado de pessoas que caminham famintas para uma meta qualquer, pessoas que se atropelam mutuamente e seguem as suas vidas. O tempo nunca pára e tu preferes caminha-lo sozinho, mesmo quando existem outros que te acompanham o pensamento e a alma. O ser humano é um ser social, as pessoas fazem falta às pessoas, o amor e amizade, uma empatia temporária ou eterna é essencial, então porquê caminhar sozinho? Para quê?

Está assim justificado o porquê de cada um caminhar por si próprio, de rosto tapado pela solidão, atropelando e deixando-se atropelar por outros: neutros, competidores, aliados. A nossa guerra às vezes é mesmo outra, mas quase sempre tens alguém que pode ajudar a trava-la. A tua guerra é outra? Que seja, mas deixa que outros iguais te ajudem a trava-la.

Desculpa cósmica - Parte V

"Achas que o diabo existe? Um ser que corrompe e destrói o Homem?(Calvin) "Acho que o Homem não precisa de ajuda."(Hobbes) Este diálogo fantástico fez-me rir imenso na altura em que o li. Depois reflecti. Mais uma vez estava perante uma desculpa cósmica. Uma desculpa cósmica é algo que tira a responsabilidade ao ser humano nos actos por ele cometidos e que lhe dá, de certa forma, uma fuga covarde. Não estou a par de quem vive ou governa o Universo, mas se o Homem age mal e comete erros só o deve a ele próprio.

"Achas que o diabo existe?" Não sei. Sei que o ser humano é sempre capaz de fazer mais do que aquilo que faz.